SCHILLING, F. A sociedade da insegurança e a violência na escola. São Paulo: Moderna, 2004.
O primeiro grupo a se apresentar foi o qual eu era integrante.
A partir de uma revisão
bibliográfica, foi delimitada uma abordagem para o tema da indisciplina que
concerne aos sentidos da indisciplina na relação professor-aluno. Estes atores
são considerados protagonista pelo referencial teórico seguido pelo grupo e
para tanto, buscou-se compreender quais os sentidos da indisciplina para
professores e alunos que se relacionam cotidianamente, de 7 diferentes escolas
públicas.
Na primeira parte é apresentado o referencial
teórico seguido pelo grupo, assim como pesquisas afins sobre o tema da
indisciplina na escola, os possíveis sentidos que a indisciplina possui para
além da carência psíquica do aluno e do histórico da estrutura institucional
escolar.
Cada pesquisador realizou entrevistas
semiestruturadas, aplicadas em 1 professor e em uma amostra de 10% de alunos
de uma sala de aula do ensino médio, ou seja, 40 alunos. Os dados foram
analisados de modo a ressaltar os sentidos recorrentes e permitirem uma
comparação entre as respostas do conjunto de alunos e professores e elementos
apontados como fundamentais para a construção de uma disciplina e resolução de
conflitos.
Na
parte final apresentamos os resultados encontrados, os sentidos da indisciplina
na visão dos alunos e professores como falta de respeito ao ambiente e ao
próximo, a proximidade de ambas as visões em relação à disciplina como algo
importante para o desenvolvimento do aluno e o diálogo e respeito mútuos como
fundamental na construção de tal disciplina.
Conclusões:
Para concluir, como esperado, pudemos através das entrevistas observar
que as visões dos professores são mais completas e complexas e acabam por
visualizar o todo pedagógico ao invés de procurar respostas simplistas para
alguns tipos de comportamentos. Existe, porém, uma demanda por parte dos
profissionais da educação por novos métodos e diretrizes que permitam articular
as diferentes esferas da vida do aluno afim de promover um melhor
aproveitamento da experiência escolar.
A demanda que é apresentada pelos alunos, por outro lado, é no sentido
de uma maior transparência acerca dos objetivos propostos pelos professores.
Podemos concluir a partir disso que falta um diálogo (que os professores e
alunos tanto falam) no sentido de aprimorar a clareza com que as regras e
objetivos são apresentados para os alunos. Pode-se a partir disso também
formular uma demanda para que as próprias regras e normas não sejam
estabelecidas “de cima” e não se apresentem como fixas e rígidas para os alunos
(Garcia, 2009). Embora ambos os agentes apresentem a construção da disciplina
na relação professor-aluno como necessariamente lenta, gradual e dialógica, é
necessário que essas esperanças se confirmem no sentido de haver um espaço de
formulação, criação, execução e apresentação das regras num esforço conjunto
entre professores e alunos. Talvez só através desse diálogo efetivado, tanto
entre os professores e seus pares, quanto entre os professores e seus alunos,
as regras e métodos que procurem inibir as atitudes de indisciplina sem
compreende-la, possam diminuir no ambiente escolar.